Em primeiro lugar, veremos quais esquemas táticos o São Paulo mais utiliza e como movimentam-se seus jogadores:
A mudança do 4-4-2 para o 3-5-2 acontece normalmente durante o jogo. Richarlysson (20) é o grande coringa de Muricy - joga de volante, ala, zagueiro ou meia esquerda, trocando muito de posição com Jorge Wagner (7).
Seja no 4-4-2 ou no 3-5-2, os laterais/alas jogam apoiando muito o ataque, e isso não é nenhum segredo. Para evitar contra-ataques, Fábio Santos (8) normalmente fica logo à frente de Miranda (5) e dá o primeiro combate.
Pela esquerda, Richarlysson (20) e Jorge Wagner (7) são os mais ativados e principais criadores de jogadas, principalmente no 4-4-2. Adriano fica dentro da área esperando o cruzamento e tem mostrado ser eficiente nos cabeceios. Também é verdade que os árbitros têm apitado algumas faltas dele nestes lances, mas isso fica para outra discussão.
O lado direito do ataque tricolor é mais ativado no 3-5-2. E essa é uma das armas do São Paulo. Observe a figura abaixo:
"Arma" Ofensiva 1 |
Na situação apresentada acima os dois alas atacam ao mesmo tempo e o São Paulo ataca com, no mínimo, 8 jogadores. Quando estão no 4-4-2 André Dias (3) é um pouco mais cauteloso e Joílson (12) depende de suas jogadas individuais ou tabelas com Hernanes (15), que não aparece muito por este setor.
O São paulo não tem no elenco grandes jogadores de criatividade e com excelência nos passes. Portanto, acaba não conseguindo entrar nas defesas adversárias com toque de bola rápido pelo meio. Mas, atenção: Carlos Alberto (19) tem entrado nos jogos e mudado bastante a forma de jogar do tricolor. Quando recebe a bola, o camisa 19 conduz com velocidade e usa os atacantes para conseguir finalizar de perto. Resolveu o jogo contra o Santos, por exemplo.
Além disso, não é nenhum segredo que as bolas paradas são especialidade de Jorge Wagner (7). Vejamos exatamente como os jogadores se movimentam par tentar fazer o gol:
"Arma" Ofensiva 2 - Bolas Paradas Faltas Escanteios | Jorge Wagner (7) cobra todos os lances de bola parada próximos à área, inclusive os escanteios dos dois lados. A bola forte e com altura média em direção à área costuma procurar Miranda (5) ou Adriano (10) que são bons no jogo aéreo. Qualquer desvio nessa posição é mortal para o goleiro. Os escanteios têm uma particularidade: Quando Jorge Wagner bate pela direita, a cobrança vem sempre fechada. Na esquerda, mais aberta por causa da curva da bola. De qualquer maneira, são duas as principais preocupações: 1) Adriano (10), que fica mais parado, dentro da pequena área e 2) A movimentação de Miranda (5), André Dias (3) e Richarlysson (20). Eles se posicionam próximos à marca do pênalti e movimentam-se como mostra a figura ao lado. Uma defesa por marcação individual pode ter grandes problemas. Recomenda-se marcação por zona nesta situação. |
De qualquer forma, uma equipe que deseja vencer o São Paulo deve, sem dúvida, evitar faltas próximas à área e ter seus melhores zagueiros em bolas aéreas em campo.
As Falhas e Vulnerabilidades do Sistema Defensivo Tricolor
Ah... Que saudades do Lugano... Qual são-paulino não sente? Mas porque esse jogador parece insubstituível? O que ele fazia de tão diferente?
Quando Lugano ainda estava no Morumbi, o São Paulo quase nunca abdicava dos 3 zagueiros. E o uruguaio sempre fazia a SOBRA DA ZAGA. Será que basta ter 3 zagueiros para dizer que o time está jogando com SOBRA?
Muricy já experimentou de tudo na "sobra": Juninho, André Dias, Miranda e até Alex. Contra o Santos, foi o Juninho. Já quando Richarlysson está na zaga, Miranda normalmente é quem ocupa a posição central da zaga. Parece que ele é que faz melhor a função. Será que o Muricy também acha?
Quando se joga com sobra, a idéia principal é que este jogador não tenha necessariamente que marcar alguém no lance. Caso alguém falhe, aí sim ele aparece. Porém, o São Paulo parece aplicar uma marcação individual próximo à sua área, no estilo "marcar quem aparece". Isso significa que a função do terceiro zagueiro é marcar outro jogador que chegar por ali. Pode ser um ala, um meia atacante ou qualquer outro. Não existe a preocupação com a sobra. Aí eu me pergunto: Se o zagueiro vai marcar alguém que vem de trás, por que não usar um volante no seu lugar e fazer a marcação mais avançada?
Essa é uma das falhas do São Paulo na defesa. E isso o torna suceptível a lançamentos, tabelas e até mesmo cruzamentos. Logo abaixo você encontra um vídeo com os gols de São Paulo e Santos (fonte: www.youtube.com). Repare nos gols do Santos: no primeiro, Miranda sai para dar combate em Carleto e Juninho só assiste o lançamento passar por cima. No segundo, André Dias vai na lateral direita dar combate e Miranda e Juninho ficam contra 3 atacantes santistas. Mesmo que Fábio Santos não tivesse deixado seu marcador, não haveria sobra dentro da área.
Além disso, é necessário aproveitar os contra-ataques para vencer o São Paulo, principalmente usando as laterais. Como já dissemos, tanto os zagueiros quanto os alas tricolores jogam bastante avançados. Fábio Santos (8) é quem cuida para a bola não chegar nos zagueiros. Porém, joga mais centralizado. Com jogadores nas costas dos alas, Fábio Santos será sobrecarregado e os zagueiros obrigados a cometer muitas faltas, o que tem causado muitas expulsões na equipe.
O São Paulo não tem mais o mesmo elenco, isso é um fato. Mas as contratações, apesar de não muito numerosas, foram boas. Ao que parece, Muricy vem treinando mais o ataque e deixou de se preocupar com a defesa. Ao técnico: mude o foco! Ou seu trabalho vai começar a ser colocado em discussão. E coitado do São Paulo na Libertadores... Vai ser difícil superar equipes com os flancos fechados e que abusam do contra-ataque.
Para baixar o relatório de scout completo utilizado para essa análise, clique no Link abaixo:
São Paulo 2x2 Noroeste
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