Atlético é atropelado pelo Cruzeiro na final do Mineiro.

29 de abr. de 2008

Atlético é atropelado pelo Cruzeiro na final do Mineiro.
A defesa do Atlético falhou e o ataque do Cruzeiro não perdoou. 5X0!



Clássico é clássico e normalmente saem poucos gols. Não foi o caso! O Cruzeiro marcou 5 e registrou na história a goleada no primeiro jogo da final do campeonato Mineiro contra o Atlético. O que aconteceu? A defesa do Atlético falhou muitas (muitas!) vezes e facilitou o trabalho dos adversários, até mesmo com um gol contra de Marcos (3). É claro que o Cruzeiro tem seus méritos, foi objetivo e eficiente. Não desperdiçou oportunidades e aproveitou os defeitos do adversário. Vamos às escalações:

Atético Mineiro

Cruzeiro

As principais chances do Atlético eram através de cruzamentos de Marques (10) pelo lado esquerdo, já que ele jogava próximo à linha de fundo. Raramente o lado direito era utilizado, já que dependia apenas das jogadas individuais de Márcio Araújo (8). Pelo lado do Cruzeiro, os gols saíram naturalmente. Os alas apoiaram bastante principalmente Charles (7), pela direita, encontrando muito espaço neste setor. Além disso, em diversas situações os atacantes do Cruzeiro ficaram no “mano-a-mano” com os zagueiros do Atlético, principalmente porque os laterais não fechavam atrás da zaga para fazer a sobra como é de costume no 4-4-2.

Posicionamento Efetivo – Atético Mineiro 1o Tempo

Os dois zagueiros do Atlético (Marcos e Leandro Almeida) eram auxiliados principalmente por Rafael Miranda (5), que fazia forte marcação no meio campo, e por Gerson (2), lateral direito que subia muito pouco. Xaves (11) também auxiliou a marcação, Marques (10) e Thiago Feltri (6) só jogavam com a bola nos pés. Isso deixou muito espaço para o setor direito do Cruzeiro atacar com liberdade.


Posicionamento Efetivo - Cruzeiro 1o Tempo

O Cruzeiro teve que preocupar-se apenas em marcar o setor direito, o que faciltou muito o trabalho defensivo. Nos cruzamentos do Atlético, a defesa estava sempre em superioridade numérica e, portanto, não correu tantos riscos.
O setor direito foi muito bem utilizado por Marcelo Moreno (9) e Charles (7), que tiveram muita liberdade e forçaram os zagueiros a sair na intermediária para dar combate.

O Primeiro tempo foi todo do Cruzeiro. A tentativa do Atlético em reagir no segundo tempo não deu certo pela insistência no lado esquerdo e em bolas cruzadas para Danilinho (7), que não é nem de longe especialista em bolas aéreas. Os atacantes se movimentavam pouco e praticamente não trocavam de lado, facilitando para a defesa. O Cruzeiro deixou que o atlético realizasse passes no meio campo e saiu rápido no contra-ataque para definir o jogo e, provavelmente, a decisão do título.



Finalizações Cruzeiro – Jogo Todo

Finalizações Certas, Erradas
e Interceptadas.

A principal arma do Cruzeiro foram os chutes de dentro da área. A velocidade do ataque e a constante troca de posição dos jogadores de frente deixaram a defesa do Atlético perdida e, consequentemente, muito espaço dentro da área para bolas enfiadas. O resultado foi uma vantagem que deixou os adversários quase sem chances de reação no segundo jogo.

E agora? Não tem zebra. Não tem virada. É Cruzeiro de novo no segundo jogo. Talvez não com uma goleada, mas com pelo menos uma vitória simples, utilizando os contra-ataques velozes para liquidar de vez o Atlético Mineiro.


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Atlético Mineiro 0 x 5 Cruzeiro

Dados Fornecidos Pela ScoutOnline

2 comentários:

Anônimo disse...

Na primeira partida entre Atlético MG e Cruzeiro, houve uma análise pré-jogo sugerindo um resultado de 3 a 1 à favor do Cruzeiro. Não foi o que aconteceu. Há porém algumas coisas daquela análise que me fazem considerar que o jogo pré-analisado fora um ponto "fora da curva". Creio que em tal análise algumas coisas podem ser aproveitadas para explicar o colossal resultado na partida final do Campeonato Mineiro (um ponto mais próximo da "média").

Eduardo Fantato disse...

Leitão, sempre é um prazer ler seus comentários, ajuda-nos a refletir e melhorar cada vez mais nossas análises. Vou fazer alguns comentários na tentativa de ilustrar como consideramos o fato (alguns indicativos, existem outros com certeza). Sem dúvida há de se considerar pontos “fora da curva”.
No primeiro ponto é importante ressaltar que o placar sugerido de 3 x 1 foi referente ao embate da 1º fase da competição, que acabou com um 0 x 0. Para o jogo final não colocamos análise pré-jogo. Então temos uma sugestão de um 3 x1 para um jogo que foi 0 x 0 e depois num novo encontro tivemos os 5 x 0. O que justifica tais diferenças ? É o futebol uma caixinha de surpresa ?
De fato existe o tal começo de temporada, mudanças de jogadores, técnico acertando time e inúmeros outros fatores. Mas friamente quais foram os pontos “fora da curva” ?
Ao meu ver (digo isso pois é minha interpretação em cima dos dados , outros com base em suas filosofias e concepções têm outras...), considerando os jogos Cruzeiro x Caracas, Uberaba x Atlético que serviram de base para o pré-jogo da 1º fase, Atlético x Cruzeiro (1ºfase) e o emblemático jogo final. Temos a titulo de exemplo:
• Uma aparente adaptação do Cruzeiro ao seu adversário. Ex: Coelho (lateral direito do Altlético) apresentou-se junto com Rafael Miranda como um dos principais articuladores do Galo na partida contra o Uberaba. Na primeira partida ente as equipes o Cruzeiro concentrou alguns jogadores no setor , tendo inclusive, por substituição forçada, Sandro atuando justamente no combate a Coelho)

Mas porque 0 x0 então:
Contra o Uberaba na esquerda da equipe atleticana jogou Augustin compondo praticamente a linha defensiva (um terceiro zagueiro), contra o Cruzeiro (jogo 1) Thiago Feltri atuou por ali, assim teve liberdade e foi responsável por 15% da circulação de bola da equipe. Desta forma Jonathan lateral direito do Cruzeiro que atuou avançado contra o Caracas, teve uma preocupação mais defensiva.
E os 5 x 0:
Na final o Atlético não teve Coelho, George não teve a mesma representatividade, e assim sobrecarregou e concentrou o jogo em Thiago Feltri. O Cruzeiro “supostamente” conhecnedo o potencial de Feltri, por sua vez colocou no corredor direito Charles, que nos outros jogos atuara mais pelo meio e contribui para dificultar ainda mais as ações do lateral atleticano
Enfim, existem várias outras possibilidades e informações que trazem aspectos pertinentes, outras nem tanto. Mas se em cada jogo o Cruzeiro apresentou características distintas, como fazer análises pré jogo? Funciona? Ainda acredito que sim, uma vez que conhecendo características individuais e coletivas, as mudanças podem surpreender em algum momento, mas esse momento tende a ser rápido se tivermos condições de compreender onde pode interferir tais mudanças. Se conheço as características de Charles atuando no meio por exemplo, consigo “imaginar” uma de suas funções quando colocado no corredor lateral do campo.
Bom é difícil ser breve, é apaixonante falar de futebol, discutir pontos de vistas, na curva ou não, mas muito mais fácil num café ou num bar (quem sabe em breve num campo) do que no teclado (ainda que seja valioso e gratificante).