Excesso de precaução?

Excesso de precaução?
Ponte Preta vence o Guará no primeiro confronto pela semi do Paulistão.

Como não poderia ser diferente, o jogo entre Ponte Preta e Guaratinguetá ocorrido neste sábado passado (12/04) foi bastante emocionante, com o Majestoso lotado e os dois times sedentos pela vitória.

Na primeira partida entre os dois times do interior que garantiram sua vaga para a semi-final do Paulistão 2008, quem levou a melhor foi o time da casa. O Guará entrou em campo com um time muito cauteloso e a Ponte Preta praticamente com a mesma escalação e sistema tático, com o qual jogou contra o Noroeste.

Fig.1: Posicionamento efetivo do primeiro tempo – PONTE PRETA.	Fig.2: Posicionamento efetivo do primeiro tempo – GUARATINGUETÁ.
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As figuras 1 e 2 mostram o posicionamento das equipes durante o primeiro tempo do jogo, se compararmos as duas podemos perceber a diferença entre a característica ofensiva da Ponte Preta e a característica defensiva do Guaratinguetá.

A Ponte Preta jogou com dois zagueiros (apesar de Deda (5) trabalhar quase como um terceiro zagueiro), dois volantes, dois alas, dois meias e dois atacantes. O Guaratinguetá entrou com três zagueiros, dois volantes, dois laterais, dois meias e um atacante.

Fig.3: Escalação – PONTE PRETA.	Fig.4: Escalação – GUARATINGUETÁ.

A partir desta descrição já pode-se ter uma idéia da intenção de cada técnico, porém o que faz diferença mesmo é a forma como o time joga. O Guará não fugiu da sua característica, marcação muito forte em seu campo defensivo e contra-ataques velozes como jogada ofensiva, porém, no jogo anterior contra o Ituano, o Guará entrou em campo com dois volantes e dois zagueiros. Pode parecer uma diferença irrelevante, mas ficou claro que sem o volante Jackson (15) (reserva neste jogo) no time, a bola chegou com maior dificuldade aos meias e atacantes.

Fig.5: Fluxo de passes do Guaratinguetá 30 minutos iniciais do jogo PON x GRT.	Fig.6: Fluxo de passes do Guaratinguetá 30 minutos iniciais do jogo ITU X GRT.
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Se fizermos uma comparação do fluxo de passes em um mesmo período de tempo entre o jogo da rodada retrasada e o jogo da semi-final, podemos perceber algumas diferenças. Primeiramente, uma grande diferença na quantidade de passes em um período de tempo idêntico dos dois jogos. Segundo, no jogo contra a Ponte, até os 30 minutos do primeiro tempo as laterais do campo não haviam sido exploradas (ver figura 5). E o mais curioso, na figura 5, ou seja neste mesmo jogo, a bola praticamente não passou pelo meio-campo, já na figura 6 percebe-se que a ligação entre defesa, laterais e ataque é de responsabilidade quase exclusiva de Jackson (7).

Mesmo com o time na “retranca”, o Guará levou perigo ao gol de Aranha (1) com alguns contra-ataques muito velozes, faltou um pouco de pontaria, até mesmo um pouco de “sorte” para que a bola entrasse no gol da Ponte.

Mas não podemos deixar de dar méritos ao goleiro da Ponte que realizou uma defesa fantástica e que literalmente fechou o gol da Macaca.

Fig.7: Finalizações do Guaratinguetá.

Fig.8: Fluxo de passes – PONTE PRETA.	Fig.9: Aproveitamento de passes por região do campo – PONTE PRETA.

A Ponte Preta atacou, praticamente o jogo inteiro. Teve dificuldade em armar as jogadas ofensivas devido à forte marcação do time visitante, mas conseguiu abrir o placar e continuou atacando.

Sempre com muitos homens no ataque, a Macaca pressionou o Guará, principalmente com jogadas que chegavam pela lateral direita com Eduardo Arroz (2), Bilica (7) e Elias (8). E após a bola ter chegado ao campo de ataque as jogadas passavam da direita para esquerda e vice-versa, com a bola rondando a frente da área do time adversário, Renato (10) ficou responsável por esta ligação e junto com Elias (8) tentou passar a bola para os atacantes, mas raramente chegou com facilidade.

Fig.10: Passes efetuados por Renato camisa 10 da PONTE PRETA.	Fig.11: Passes efetuados por Elias camisa 8 da PONTE PRETA.

O gol só saiu no segundo tempo, após Eduardo Arroz (2) pegar um rebote de primeira com um chute de canhota no cantinho, chute “mascado” e gol “sofrido”, mas merecido.

Após o gol, o técnico do Guaratinguetá fez duas substituições e deixou o time idêntico ao do jogo contra o Ituano, ou seja, mais ofensivo. Mas o tempo não foi suficiente e a Ponte acabou levando a melhor.

O jogo de volta talvez seja ainda melhor, o Guaratinguetá precisa ganhar e provavelmente comece com o mesmo time que jogou o final do segundo tempo contra a Ponte, mais ofensivo com Jackson de volante e Bolívia no ataque. A Ponte não pode perder de 1 a 0, pois o Guará tem a vantagem de ter terminado a primeira fase em primeiro lugar na tabela.

Com certeza, os dois times virão para o jogo com sede de vitória, o que garante uma boa partida para os olhos dos espectadores.

Que assim seja, pois é sempre bom acompanhar uma boa partida de futebol.

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Ponte Preta 1x0 Guaratinguetá

Dados fornecidos pela ScoutOnline.